Muito mais do que empilhar tijolos ou montar estruturas metálicas, construir é uma missão elaborada que requer análise de cálculos, detalhamento estrutural, tomada de decisões, entre outros fatores que fazem toda a diferença no produto final da obra. Diante disso, o projeto de construção uma obra torna-se indispensável atualmente, quando custo, tempo e exploração de recursos são itens fundamentais ao construir.
Descubra a seguir como um projeto de construção e como a gestão desse podem fazer a diferença na sua obra.
O que é e para que serve um projeto de engenharia?
O projeto é um dos elementos fundamentais do processo de produção no setor da construção. É neste momento que são feitas as escolhas que vão direcionar a obra: definições de material, construtoras, escritórios de engenharia e arquitetura, profissionais, entre outros aspectos que compõem o momento construtivo. Costumam fazer parte do projeto definições sobre:
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Arquitetura;
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Fundações;
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Estruturas (
concreto, metálica, alvenaria estrutural);
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Instalações (hidráulicas, elétricas);
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Ar condicionado;
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Automação;
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Segurança predial;
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Segurança contra incêndio;
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Paisagismo;
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Drenagem;
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Interiores;
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Esquadrias e vidros;
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Elevadores / transporte vertical;
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Acústica;
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Iluminação;
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Análise térmica/ energética;
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Impermeabilização;
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Fachadas (revestimentos externos) ou fechamentos pré-fabricados;
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Cozinhas;
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Garagens;
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Segurança contra incêndio;
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Meio ambiente;
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Impacto de tráfego.
É no projeto de construção também que se especificam objetivos, prazos, custos, enfim, é quando se traça o planejamento da obra.
Qual a importância do projeto de engenharia?
O projeto de engenharia é o guia de execução de uma obra. “É importante para que as necessidades do usuário sejam entendidas e transformadas na melhor solução arquitetônica, o que inclui não só a estética como as condições de habitação, acesso e conforto”, ressalta a arquiteta e mestre em engenharia Marcia Menezes dos Santos, diretora da Unidade de Projetos Especiais do CTE (Centro de Tecnologia de Edificações).
O projeto prevê e direciona como, quando e por quem as operações serão realizadas. Com o estudo do projeto de construção da obra, as previsões são mais precisas, o processo pode ser otimizado, e o bom resultado tem maior garantia, conforme explica Santos: “na fase de projeto, ainda podem ser estudadas soluções para uma melhor eficiência das edificações, como, por exemplo, economia de energia e reuso de água, gerando uma economia no custo da operação após a entrega”.
A partir de planejamentos, cálculos e levantamentos é possível:
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Evitar surpresas durante a execução;
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Desenvolver diferenciais competitivos;
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Antecipar situações desfavoráveis;
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Agilizar as decisões;
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Aumentar o controle gerencial.
Em suma, os projetos são: planejados, executados e controlados. Confira abaixo cada uma dessas etapas.
Planejamento
O Planejamento da obra inclui a previsão de prazo de entrega para cada uma das fases da obra, assim como seus custos.
O planejamento de obra inclui decisões a respeito dos seguintes tópicos:
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Prazos;
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Qualidade;
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Segurança;
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Meio Ambiente.
Nesta fase de desenvolvimento do empreendimento, estão envolvidos a incorporadora - responsável pela concepção, coordenação, desempenho, especificações, levantamentos de custos do produto a ser construído (podem ser construtoras, escritórios de engenharia, etc) - o proprietário do empreendimento, a gerenciadora / gestora, seguradora e os órgãos de aprovação do projeto (prefeitura, corpo de bombeiros, meio ambiente e tráfego).
O planejamento funciona como uma forma de controle de custos, prazos e atividades da obra, mas para isso se faz necessário acompanhar com atenção as ações construtivas. “Com o planejamento é possível ter uma visão clara do caminho crítico e do fluxo de desembolso necessário para a condução”, assegura a especialista, Marcia Menezes dos Santos.
Execução
Na fase de execução da obra participam:
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Empresa de engenharia e construção, responsável pela viabilização do empreendimento (técnica e de custos), coordenação do projeto, custos, planejamento das ações construtivas, logística, desempenho, gestão da qualidade, segurança, meio ambiente, compras e contratações (gestão de fornecedores), construção, vistoria e entrega, além da assistência pós-entrega. É a gestão da obra;
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Fornecedores de materiais, componentes e sistemas, equipamentos.
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Fornecedores de serviços;
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Órgãos fiscalizadores – habite-se, AVCB, etc.
Operação e Manutenção
A obra não acaba quando termina: são necessárias medidas para controlar a operação e manutenção do produto final. De acordo com o Engenheiro Paulo Andrade, ao se estabelecer normas de boa conservação das construções seria possível evitar prejuízos com possíveis reparos e reformas póstumas. “Quando se estabelece um contrato para uma construção, o engenheiro ou a empresa construtora tem a obrigação por Normas e leis, a ter uma qualidade definida. A nosso ver, deveríamos evoluir para a criação de uma legislação que obrigasse o cliente-usuário a fazer a manutenção pelo menos por um determinado tempo, de acordo com um manual que lhe seria entregue oficialmente com o final da obra”, defende o engenheiro.
É recomendável estarem envolvidos na operação e manutenção da obra:
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Administradora;
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Proprietário do edifício, incorporadora;
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Empresa de Engenharia e Construção, na função de cumprir as garantias e prestar a assistência pós-entrega;
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Fornecedores de materiais, componentes e sistemas, equipamentos;
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Fornecedores de serviços;
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Seguradoras.
A degradação de uma construção é inevitável, mas é possível minimizá-la: “a deterioração é sempre o resultado de uma ação de oxigenação. E esse oxigênio é auxiliado em sua ação pela poluição atmosférica, pela umidade que não foi evitada e acelerado pela falta da manutenção”, explica Paulo Andrade. Logo, cuidados com a manutenção e operação de um edifício, por exemplo, podem retardar os efeitos da deterioração e é exatamente por isso que esses cuidados tornam-se indispensáveis. “É preciso criar uma campanha para a conscientização da necessidade de manutenção”, avalia o engenheiro.
Contratações
A contratação de empresas (construtoras, escritórios de engenharia, escritórios de arquitetura, etc) para a execução do empreendimento é uma tarefa que exige cuidado e atenção. É costume investigar a saúde financeira, o currículo e a experiência das candidatas. Também é importante verificar se a empresa respeita as boas práticas ambientais e de segurança no trabalho, a forma de contratação dos funcionários da empresa e se a candidata faz uso de tecnologia de ponta.
Há várias formas de contratação, cada qual com uma particularidade de risco a serem assumidos, seja pelo contratante ou pela contratada. As modalidades, em geral, são divididas em três categorias. São elas:
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Contratação de preço global: também chamada de contratação por preço fixo, este tipo de contrato determina um preço total invariável para um produto previamente definido. Cabe também nesta contratação praticar incentivos para que os objetivos definidos no projeto sejam alcançados e ou superados, tais como prazos;
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Contratação por custos reembolsáveis: estabelece o pagamento/reembolso para o fornecedor sobre os gastos reais desse fornecedor, acrescidos de uma taxa que representa o lucro da empresa contratada;
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Contratação por tempo e material: são contratos mistos; são compostos por aspectos dos acordos de custos reembolsáveis e de preço fixo.
Preço
Segundo informações da diretora da Unidade de Projetos Especiais do CTE, Marcia Menezes dos Santos, o investimento em um projeto de construção representa 2 a 4% do valor do custo da construção, podendo ainda gerar economia posteriormente. Apesar das vantagens proporcionadas pelo projeto construtivo, o consumidor final ainda prefere dispensá-lo. “É comum utilizar os serviços dos profissionais da área de construção e contratar somente as equipes operacionais que não vão utilizar projeto ou planejamento. É o chamado ‘bom pedreiro’”. Mas a opção por não investir em estudos e planejamento tem seu preço: “pode onerar a obra ou mesmo o desempenho da edificação durante o seu uso”, alerta.
Para obter sucesso
Para garantir o bom andamento do empreendimento, além das recomendações acima sugeridas é preciso seguir algumas normas básicas, fundamentais em qualquer realização. Destacam-se:
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Bom senso: agir dentro do combinado, com discernimento do que é certo e errado, e com coerência;
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Experiência: agir de forma empírica, tirar proveito daquilo que já foi vivido, do que já é conhecido;
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Honestidade: agir distante de fraudes, com o compromisso de ser verdadeiro não mentindo nem escondendo problemas/obstáculos que podem surgir ao longo da execução do empreendimento;
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Transparência: mostrar clareza nas atitudes e cumprir com o que foi combinado;
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Ética: como em toda a prática, a conduta ética é indispensável.
Fonte:
Portal Met@lica
Materail de Apoio: NGI Consultoria